Conheça um pouco da trajetória política dos três principais pré-candidatos a presidência da República nas eleições deste ano:
16/06/2010 07:00- José Serra:
José Chirico Serra, de 68 anos, é natural de São Paulo. Iniciou o curso de engenharia civil na USP, o qual não foi concluído. Foi líder estudantil nos anos 60 e chegou à presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 1963.
Em 1964, em razão do golpe militar no país, exilou-se e passou pela Bolívia, Uruguai e Chile, onde iniciou sua carreira acadêmica. Cursou economia na Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e fez mestrado na Universidade do Chile, onde foi professor entre 1968 a 1973. No ano seguinte, foi aos EUA, onde fez doutorado na Cornell University.
De volta ao Brasil após 14 anos no exílio, tornou-se professor na Unicamp (Universidade de Campinas). Serra iniciou sua vida política como secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, em 1983, durante o governo Franco Montoro (1983-1987). Três anos depois, foi eleito deputado federal e, em 1990, reeleito.
Em 1994, foi eleito senador com 6,5 milhões de votos. No ano seguinte, porém, deixou o cargo para integrar a equipe do então presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Foi ministro do Planejamento de 1995 a 1996 e deixou a pasta para concorrer à Prefeitura de São Paulo. Voltou ao governo em 1998 como ministro da Saúde, cargo que ocupou e permaneceu até fevereiro de 2002. Entre suas principais ações, liberou os medicamentos genéricos e defendeu uma política de combate à Aids.
No ano de 2002, Serra candidatou-se a presidência República e perdeu para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Obteve mais de 33 milhões no segundo turno. Logo após, assumiu a presidência nacional do PSDB e, depois, foi eleito prefeito de São Paulo em 2004. Em 2006, o candidato José Serra tornou-se governador de São Paulo com 57,93% dos votos válidos, em primeiro turno. O candidato deixou o cargo para disputar sua segunda eleição presidencial pelo PSDB.
- Marina Silva:
Maria Osmarina Silva Vaz de Lima, mais conhecida como Marina Silva, 52 anos, começou sua carreira política militando nas CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), ligada à Igreja Católica.
Em 1988 foi eleita vereadora de Rio Branco (AC). Dois anos depois, se elegeu deputada estadual e, em 1994, aos 38 anos, chegou ao Senado Federal como a mais jovem senadora do país.
Ex-seringueira ligada a movimentos ecológicos da região amazônica, Marina Silva se filiou ao PT em 1985 e lançou sua candidatura para deputada federal para ajudar o líder Chico Mendes, morto em 1988, que era candidato a deputado estadual. Apesar de ambos estarem entre os cincos mais votados não se elegeram.
Formada em História pela Universidade Federal do Acre, em 1985, Marina aprendeu a ler já adolescente ao se mudar para Rio Branco onde foi tratar uma hepatite. No Seringal Bagaço, a 70 km de Rio Branco, onde nasceu, não havia escolas.
O sonho de ser freira foi derrubado pela militância política. Na universidade, entrou para o PRC (Partido Revolucionário Comunista), grupo semi clandestino que fazia oposição ao regime militar. Depois de formada, começou a dar aulas de História e participar do movimento sindical dos professores. Junto com Chico Mendes, em 1984, fundou a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre.
Foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, de 2003 a maio de 2008. E em 2007, Marina recebeu o maior prêmio das Nações Unidas na área ambiental - O Champinhons of Earth (Campeões da Terra) - concedido as personlaidades capazes de salvar o planeta.
Militante do Partido dos Trabalhadores há mais de 30 anos, a senadora Marina Silva (AC) deixou o PT, alegando a falta de condições políticas dentro do governo. Diante disso, filiou-se ao PV (Partido Verde) em setembro de 2009. Essa será a primeira candidatura de Marina à presidência da República.
- Dilma Rousseff:
Dilma Vana Rousseff Linhares, de 62 anos, é pré-candidata à Presidência da República, pelo PT. Nascida em Belo Horizonte (MG), em 14 de dezembro de 1947, pertencia a uma família de classe média alta mineira. Dilma recebeu em seus primeiros anos escolares uma educação extremamente tradicional no Colégio Sion, exclusivo para meninas. Em 1965, foi transferida para uma instituição pública de ensino. A então menina sonhava em ser bailarina, quando descobriu a efervescência política do país e enveredou pela contestação do regime militar.
No período em que ingressou no Colégio Estadual Central, Dilma passa a integrar organizações clandestinas que executavam atividades consideradas subversivas. Dois anos depois, já era militante da Política Operária (POLOP), uma organização fundada em 1961 e oriunda do Partido Socialista Brasileiro.
Na década de 1970, foi capturada pelo Regime, perdendo seus direitos políticos, e permaneceu aprisionada por três anos. Libertada no final de 1973, muda-se para o Estado do Rio Grande do Sul, por causa do então marido, Franklin. Lá, reconstruiu sua vida, rumando para Porto Alegre.
Dilma teve seus direitos políticos restaurados pela anistia geral em 1973, época em que se filiou ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Leonel Brizola, e que ela ajudou a fundar. Já em 1985, o então prefeito da capital gaúcha, Alceu Collares nomeia Dilma para a Secretaria Municipal da Fazenda. Em 1991, assume o cargo de Presidente da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul e, em 1996, o cargo de Secretária de Energia, Minas e Comunicações do Rio Grande do Sul, também no governo de Alceu Collares (PDT). É no governo de Olívio Dutra (PT), em 1999, que ela retorna à Secretaria Estadual de Minas do Rio Grande do Sul.
Em 2001, filia-se ao PT e, em 2002, torna-se membro-chave no time de transição do governo Lula, sendo nomeada por ele Ministra de Minas e Energia. Ainda no governo Lula foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, depois da crise que levou à renúncia de José Dirceu, em 2005. Considerada a “mãe” do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) pelo presidente Lula, Dilma Rousseff disputará sua primeira eleição na vida e quer dar continuidade aos planos da atual gestão petista.
Reportagem: José Neto Lacerda.
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