O informar em "com junto"

Apresentação

16/06/2010 07:00

        “Há coisas que só se aprende quando ninguém ensina”. Assim, Clarice Lispector nos fala que aprendiz é todo aquele que, através das suas ações, desenvolve o aprendido e ousa transpor as fronteiras. Aprendizagem da autonomia, que é colaborativa, sem ser dependente. Atos de aprendizagem que somente se manifestam em fluxos, nas trocas de saberes, sobretudo, quando a produção individual se atrela aos demais pensamentos instituindo a dinâmica da parceria. Surge, pois, a criação de um “com junto” de ideias que se somam para pensar e criar tarefas coletivas. Um com junto que une a vontade de realizar com um laço comum. Algo que só se aprende quando se exercita.

Instigar a autonomia dos aprendizes deve ser a perspectiva de uma docência pautada na fé das potencialidades, que apresenta a infraestrutura das teorias, mas que não instaura sozinha a edificação do saber. A docência que defendo é aquela que oferece as “fundações”, mas que não busca construir, de modo individual, “o edifício”. Essa se torna uma missão compartilhada, na qual todos colocam, cada um e cada uma, o seu tijolo, sua valiosa contribuição.

A turma 2009.2, turno manhã, da disciplina Jornalismo Informativo, Opinativo e Interpretativo, do curso de Comunicação Social da UEPB, aceitou esse desafio de pensar coletivamente, ampliando raciocínios, e decidiu exercer seu direito à criatividade “arquitetando” uma revista on line que recebeu o sugestivo título de Interativa.

Uma produção jornalística assim nomeada pretende estabelecer interações, convida ao diálogo, permitindo a troca de impressões sobre temas e fatos que nascem na sociedade e que, por essa razão, precisam ser contados a ela, assimilados por ela. Nada mais apropriado, portanto, do que o espaço virtual para oferecer a possibilidade do “escrever juntos”.

A revista Interativa, por meio de seu conteúdo diversificado e dinâmico, aborda assuntos de comportamento, moda, política, cultura, apostando que o fazer jornalístico é plural e se materializa no presente, inventando um futuro de participação social. Que esta construção coletiva seja inspiradora de outros links e seja também ponte para novos projetos. A mim, enquanto docente, coube a tarefa de lançar a proposta e de esboçar o alicerce. Aos alunos, coube a beleza da obra. Ao leitor, cabe escolher por onde começar, que sequência deseja seguir, iniciando um movimento de interessantes descobertas. Pois, como diz Clarice Lispector: “cada pessoa é um mundo, cada uma tem sua própria chave e a dos outros nada serve”. 

 

Por Robéria Nádia - Professora Doutora do DECOM.

 


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